segunda-feira, 23 de maio de 2011

* Após “largarem tudo” esperando Fim do mundo, fiéis cobram explicações ao pastor Harold Camping.

Seguidores esperam explicação pela previsão falha do Fim do Mundo de 21 de Maio de Harold Camping.
Chegou o dia 21 de Maio e também se foi o fim do mundonão aconteceu. Agora muitos estão desejando que Harold deve dar uma explicação.
De fato, o pregador está buscando discrição saindo do foco de sua previsão falha. A website da Family Radio não está sendo atualizada, e ainda proclama o dia do Julgamento Final em 21 de Maio, de acordo com o jornal americano Daily News.
Camping espalhou anúncios por diversas partes do mundo levando até outras pessoas largarem seus empregos e casas para alertar aspessoas sobre a sua previsão do arrebatamento.
Depcionado, um trabalhador da MTA disse, “Eu não entendo,” depois que constatou que o arrebatamento não aconteceu. “Eu não entendo por que nada aconteceu,” disse Robert Fitzpatrick, de 60 anos de idade.
Outros também ficaram apenas na esperança dizendo queo céu seria um lugar melhor para se viver.
“Eu estava esperando por isso porque eu acho que o céu seria um lugar melhor do que essa terra,” disse Keith Bauer que dirigiu desde Maryland para Califórnia para esperar pelo arrebatamento na sede da Family Radio.
Tantos os adeptos quanto os críticos esperam que Camping explique sobre sua errônea previsão, como ele fez em 1994.
“Eu espero realmente que ele tenha uma explicação,” disse Steve Wohlberg, um ministro de Idaho que na semana passada contestou abertamente a previsão de Camping de 21 de maio.
Com relação a se estudar a Bíblia tentando encontrar uma fórmula para se calcular a data do arrebatamento, um professor do Seminário Fuller Clay Schmit disse, “Há certas coisas sobre a fé que estão realmente escondidas por trás do véu,” disse professor de pregação da Fuller.
Desta maneira, aqueles que usam a Bíblia para formular teorias, equações que não são claramente encontrados no texto, estão indo além dos propósitos das escrituras.
Fonte: The Christian Post
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Esperamos que os evangélicos entendam que também em outras coisas, suas interpretações vão além dos propósitos das escrituras. Usam a Bíblia como um “Manual”, com interpretações fundamentalistas e de cunho pessoal.
A questão é de princípio.Mesmo sabendo que esse caso do” fim do mundo” não possa se aplicar a todos os evangélicos, o principio protestante é esse: cada um interpreta a bíblia segundo sua cabeça e segundo a “inspiração” do Espírito Santo.
De onde se conclui que existirão “outros fins de mundo..”

Como enfrentar as provações?


As provações nos fortalecem para o combate espiritual; por isso, os Apóstolos sempre estimularam os fiéis a enfrentá-las com coragem. São Pedro diz: “Caríssimos, não vos perturbeis no fogo da provação, como se vos acontecesse alguma coisa extraordinária. Pelo contrário, alegrai-vos em ser participantes dos sofrimentos de Cristo…” (1 Pe 4,12). Ensinando-nos que essas dificuldades nos levarão à perfeição: “O Deus de toda graça, que vos chamou em Cristo à sua eterna glória, depois que tiverdes padecido um pouco, vos aperfeiçoará, vos tornará inabaláveis, vós fortificará” (1 Pe 5,10).
O mesmo Apóstolo ensina-nos que a provação nos “aperfeiçoará” e nos tornará “inabaláveis”. É importante não se deixar perturbar no fogo da provação. Não se exasperar, não perder a paz e a calma, pois é exatamente isso que o tentador deseja.
Uma alma agitada fica a seu bel-prazer. Não consegue rezar, fica irritada, mal-humorada, triste, indelicada com os outros e acaba deprimida.
O antídoto contra tudo isso é a humilde aceitação da vontade de Deus no exato momento em que algo desagradável nos ocorre, dando, de imediato, glória a Deus, como São Paulo ensina:
“Em todas as circunstâncias dai graças, pois esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus“ (1 Tes 5,16).
É preciso fazer esse grande e difícil exercício de dar glória a Deus na adversidade. Nesses momentos gosto de glorificar a Deus, rezar muitas vezes o “Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo…” até que minha alma se acalme e se abandone aos cuidados do Senhor.
Essa atitude muito agrada ao Senhor, pois é a expressão da fé pura de quem se abandona aos Seus cuidados. É como a fé de Maria e de Abraão que “esperaram contra toda a esperança” (cf. Hb11,17-19), e assim, agradaram a Deus sobremaneira.
Da mesma forma, Jó agradou muito ao Todo-poderoso porque no meio de todas as provações, tendo perdido todos os seus bens e todos os seus filhos, ainda assim soube dizer com fé:
“Nu saí do ventre da minha mãe, nu voltarei. O Senhor deu, o Senhor tirou; bendito seja o nome do Senhor!“ (Jo 1,21).
Afirmam os santos que vale mais um “Bendito seja Deus!”, pronunciado com o coração, no meio do fogo da provação, do que mil atos de ação de graças quando tudo vai bem.
O Jardineiro Divino da nossa alma sabe os métodos que deve empregar para limpar cada alma. Não se assuste com as podas que Ele fizer no jardim de sua alma.
Santa Teresa diz que ouviu Jesus dizer-lhe: “Fica sabendo que as pessoas mais queridas de meu Pai são as que são mais afligidas com os maiores sofrimentos”. E por isso afirmava que não trocaria os seus sofrimentos por todos os tesouros do mundo. Tinha a certeza de que Deus a santificava pelas provações. A grande santa da Igreja chegou a dizer que “quando alguém faz algum bem a Deus, o Senhor lhe paga com alguma cruz“.
Para nós, essas palavras parecem um absurdo, mas não para os santos, que conheceram todo o poder salvífico e santificador do sofrimento.
“As nossas tribulações de momento são leves e nos preparam um peso de glória eterna” (II Cor 4,17).
Quando São Francisco de Assis passava um dia sem nada sofrer por Deus, temia que o Senhor tivesse se esquecido dele. São João Crisóstomo, doutor da Igreja, diz que “é melhor sofrer do que fazer milagres, já que aquele que faz milagres se torna devedor de Deus, mas no sofrimento Deus se torna devedor do homem”.
As ofensas, as injúrias, os desprezos, os cinismos irritantes, as doenças, as dores, as lágrimas, as tentações, a humilhação do pecado próprio, etc., nos são necessários, pois nos dão a oportunidade de lutar contra as nossas misérias.
Isso tudo, repito mais uma vez, não quer dizer que Deus seja o autor do mal ou que Ele se alegre com o nosso sofrimento, não. O que o Senhor faz, de maneira até amável, é transformar o sofrimento, que é o salário do próprio pecado do homem, em matéria-prima de nossa própria salvação, dando assim, um sentido à nossa dor.
A partir daí, sob a luz da fé, podemos sofrer com esperança. É o enorme abismo que nos separa dos ateus, para quem a dor e a morte continuam a ser o mais terrível dos absurdos da vida humana.
A provação produz a perseverança, e por ela, passo a passo, chegaremos à perfeição, como nos ensina São Tiago.
“Nós nos gloriamos também nas tribulações, sabendo que a tribulação produz a perseverança…” (Rom 5,3-5).
Sofrer com paciência é sabedoria, pois assim se vive com paz. Quem sofre sem paciência e sem fé, revolta-se, desespera-se, sofre em dobro, além de fazer os outros sofrerem também.
Santo Afonso disse que “neste vale de lágrimas não pode ter a paz interior senão quem recebe e abraça com amor os sofrimentos, tendo em vista agradar a Deus”. Segundo ele “essa é a condição a que estamos reduzidos em consequência da corrupção do pecado”.
Prof. Felipe Aquino
É membro do Conselho Diretor da Fundação João Paulo II.


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por
Cléofas

domingo, 22 de maio de 2011

A beleza do namoro cristão

- Pe. Marcos Chagas

As amizades e os namoros devem ser marcados pelo autêntico desejo de uma autoconstrução positiva, no respeito recíproco, no domínio de si, na dedicação a deveres assumidos com seriedade e responsabilidade. São ocasiões de crescimento verdadeiro.

O tempo que antecipa a vivência do matrimônio deve ser uma etapa de mútuo conhecimento, diálogo, oração e descoberta da pessoa amada numa acolhida positiva e fecunda. É um tempo de aprender a superar os conflitos e conviver sadiamente com as diferenças. Seguramente exigirá algumas renúncias; estas, assumidas com coragem e generosidade, criarão nos noivos ou namorados capacidades e possibilidades de assumirem sempre novas renúncias e os desafios próprios na vivência madura de um matrimônio autenticamente cristão.

O deterioramento de certos casamentos pode ter como causa o desgaste. E por que este amor esfriou e acabou? Por faltarem bases sólidas. O amor, durante o tempo do namoro, foi superficial, muito apegado aos prazeres e às facilidades. Faltou a renúncia, a oblatividade. Talvez tenha sido marcado pela incapacidade de sofrer e dar a vida pela pessoa amada. Sem o espírito altruísta, sem a gratuidade que se consolida no sacrifício e na renúncia, o amor não se sustenta.

Quem pode garantir que haverá fidelidade nas tribulações, nas crises matrimoniais, nas doenças, nas dificuldades econômicas, nos desafios do controle de natalidade responsável, da gestação e da criação dos filhos, nas tentações de outros amores que prometem e parecem resolver todos os problemas? Os noivos, na liturgia do matrimônio, prometem ser fiéis um ao outro “na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, amando-se e respeitando-se todos os dias da própria vida”. Estas promessas não serão cumpridas quando o amor é hedonista, egoísta, superficial, sem nenhuma capacidade de abraçar renúncias e sofrimentos. A intimidade – tantas vezes entendida como acesso ao corpo do outro – “acontece quando um indivíduo é capaz de equilibrar o dar e o receber e pode buscar satisfazer mais o outro do que simplesmente buscar a auto-satisfação e o sucesso”[1].

Relacionamentos superficiais e instrumentalizadores da pessoa do outro em proveito próprio (do próprio prazer) podem gerar frustrações, desconfianças e medo de viver um relacionamento profundo e verdadeiro.

É bem verdade que um desejo de manifestar fisicamente o amor, o afeto profundo, é natural e compreensível. Mas quando assume conotações claramente sexuais (através de carícias que induzem ao uso da genitalidade) esse relacionamento queima etapas e assume atitudes que são próprias do matrimônio enquanto convívio estável na manifestação de um amor esponsal sacramentalizado com finalidades unitivas (o bem dos cônjuges) e procriativas (abertura à geração de filhos), formando assim uma família.

Se o amor humano, na sua expressividade sexual-genital e demais dimensões, foi elevado à dimensão de sacramento, então significa que o uso da sexualidade-genitalidade antes do matrimônio não manifesta só a ausência de um rito, mas a ausência da Igreja e, por conseguinte, de Cristo[2].

Na intimidade sexual, e também nas demais expressões da união matrimonial, Deus se serve da mediação dos esposos para manifestar o seu amor. Deus ama o esposo através da esposa e a esposa através do esposo. E quem introduz Cristo e sua graça no convívio estável de uma vida a dois entre um homem e uma mulher é exatamente o sacramento do matrimônio. Por isso, seria banalizar o matrimônio todo reducionismo da sexualidade ao prazer genital ou destituir tal prazer da necessidade de uma inclusão integrada na esfera do amor a dois elevado à dignidade de sacramento.

Bem nos ensina o prof. Felipe Aquino: “A vida sexual de um casal não pode começar de qualquer jeito, às vezes dentro de um carro numa rua escura, ou mesmo num motel, que é um antro de prostituição. (...). O namoro é tempo de conhecer o coração do outro, não o seu corpo; é tempo de explorar a sua alma, não o seu físico. (...). Espere a hora do casamento, e então você poderá viver a vida sexual por muitos anos e com a consciência em paz, certo de que você não vai complicar a sua vida, a da sua namorada, e nem mesmo a da criança inocente”[3].

A partir disso, a pessoa estrategicamente vai evitando tudo o que de alguma maneira pode excitá-la ou agitá-la sexualmente, tendo sempre em vista um bem maior. Assim, namorados e noivos evitarão carícias exageradas, uma vez que isso levará a certos movimentos hormonais e psíquicos que direcionarão a uma busca de prazer, culminando no uso da genitalidade. Se, por exemplo, o encontro dos namorados é em lugar isolado e esta solidão constitui a possibilidade de certas liberdades, seria bom passar a namorar em lugar mais iluminado e freqüentado por outras pessoas. Bom seria dialogar mais, algumas vezes rezar juntos etc. Um namoro autêntico não se esgota nas manifestações afetivas de ordem física. O importante é usar de sinceridade consigo mesmo e com Deus. O senso da medida, a prudência e a temperança, o bom senso e o discernimento evangélico vão abrindo os caminhos para namoros e noivados santos e maduros. Quem aprendeu a se controlar e a viver estas saudáveis renúncias agora, se capacitará para viver as renúncias que lhe serão exigidas no matrimônio.

Além disso, o auxílio divino é sempre indispensável. “Tu me ordenas a continência: concede-me o que ordenas, e ordena o que quiseres”[4].

Rezar e viver a amizade com o Senhor ajuda a entender que, mesmo existindo elementos de ordem biológica e psíquica ou mesmo influências de ordem sociocultural, existem também forças espirituais que atuam nesse contexto. Não nos iludamos, nossa luta não é apenas “contra a carne e o sangue, mas contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra os espíritos malignos espalhados pelos ares” (Ef 6,12). Poderíamos até considerar ingenuidade o fato de tantas pessoas atribuírem somente à esfera bio-psíquica uma realidade que também comporta um acirrado combate espiritual!

Diz o apóstolo que “Deus não nos chamou à impureza, mas à santidade” (1Ts 4,7), e para tanto ele exorta: “Mortificai, pois, os vossos membros terrenos: fornicação, impureza, paixão, desejos maus, e a cupidez, que é idolatria” (Cl 3,5).

O próprio Mestre Divino aborda o assunto afirmando essa necessidade: “Por isso, se o teu olho direito é para ti ocasião de queda, arranca-o e lança-o para longe de ti, porque é melhor para ti que se perca um dos teus membros, do que todo o teu corpo seja lançado na geena. E, se tua mão direita é para ti causa de queda, corta-a e lança-a para longe de ti, porque é melhor para ti que se perca um dos teus membros do que todo o teu corpo seja lançado na geena” (Mt 5,29-30).

Note-se, porém, que este arrancar não deve ser entendido no sentido literal, pois tudo o que Deus colocou no corpo humano tem uma finalidade boa, um sentido positivo, válido e significativo: “Deus viu tudo o que tinha feito; e era muito bom” (Gn 1,31). Todas as pessoas, tanto os celibatários quanto os casados, precisam tomar consciência que os órgãos sexuais continuam sendo sagrados e fazem parte do grande tabernáculo do Espírito Santo que é corpo humano e integram a dignidade da pessoa humana. Portanto, o sentido do cortar, arrancar, lançar fora não diz respeito ao anular, destruir ou sufocar, mas envolve um direcionamento que leve a integrar, direcionar, sublimar numa dinâmica positiva de abertura ao querer de Deus.

Para que este processo atinja níveis de bom êxito na vivência da castidade, vai ser muito útil que a vontade seja sadiamente exercitada, iluminada por uma consciência bem esclarecida; eis a importância dos estudos, da reflexão da Escritura e, sobretudo, da intimidade com Deus na oração.

O Senhor também diz que o “olho é a lâmpada do corpo. Se o teu olho for são, todo o teu corpo terá luz. Mas se o teu olho for defeituoso, todo o teu corpo estará em trevas” (Mt 6,22-23). Portanto, se a inteligência e a vontade do homem forem obscurecidas e corrompidas pelo apego aos bens passageiros da terra ou pelas paixões ou apetites desordenados, toda a vida espiritual da pessoa ficará comprometida e corrompida pelo vício e como que lançada na escuridão, sem possibilidade de discernir o bem do mal e apreciar as coisas retamente.

À luz desta indicação que o Senhor nos oferece, importa abraçar com generosidade uma vida de sacrifício. É tolice imaginar que terá domínio e controle sereno de seus impulsos sexuais quem se expõe às ocasiões, quem tem vida mole, folgada, vive no conforto, na preguiça, no espontaneísmo, na falta de disciplina pessoal.

Os casais de namorados e noivos, bem como cada indivíduo, busquem trabalhar-se corajosamente, encontrar soluções e não desistir de conduzir livremente a própria vida exercendo um decidido senhorio sobre seus impulsos, tendo por base os valores evangélicos e o equilíbrio afetivo.

A felicidade é também uma conquista que brota do autodomínio. A Igreja nos instrui que o domínio de si mesmo “é um trabalho a longo prazo. Nunca deve ser considerado definitivamente adquirido. Supõe um esforço a ser retomado em todas as idades da vida” (Cat, 2342). A quem sinceramente se empenhar para atingir este bem-aventurado autodomínio, não faltará o auxílio generoso e abundante da graça divina. Vale a pena conferir!



[1] LIDZ, T. La Persona Umana. Suo sviluppo attraverso il ciclo della vita. Roma: Astrolabio, 1971, p. 380.

[2] Cf. GATTI, G. Morale sessuale, educazione dell'amore. Leumann (Torino): Elle Di Ci, 1988, p. 143.

[3] AQUINO, F. Jovem, levanta-te! Lorena: Cléofas, 2001, p. 99.

[4] S. AGOSTINHO, Confissões, livro 10, n. 40.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

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Olá Galera! Tudo bom?
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Fiquem Livres para as Sugestoes!
Bjaoo
Deus Abençoes !
Shalom!
 

domingo, 15 de maio de 2011

Extra-terrestres: o que a Igreja pensa?


Inúmeras são as fantasias que existem em nossos dias sobre os extraterrestres. São inúmeros os livros e os relatos exóticos e esotéricos sobre o assunto, e que a cada dia deixam as pessoas mais fascinadas. Diante das dificuldades da vida real, da luta dura de cada dia, as pessoas são levadas cada vez mais a buscar satisfação no "sensacional", no "maravilhoso", no "fantástico", esquecendo-se, muitas vezes, da lógica e da razão. Os romanos já diziam que "o povo gosta de ser enganado". 

A Igreja Católica não se pronuncia sobre a questão da existência ou não de seres vivos e inteligentes como nós, fora da Terra, já que isto pertence ao campo da ciência e não da religião. 

Entretanto, percebe-se, com clareza, nos dias atuais, que se dá uma conotação religiosa aos chamados OVNI (objetos voadores não identificados) e seus imaginários tripulantes extra-terrenos, os quais, segundo certas crenças, mantêm "contatos" com os terrenos. Nesta linha, vemos crescer a cada dia a multidão daqueles que vão em busca desses "contatos" . Os que aceitam o espiritismo, acreditam que eles vivem nas estrelas e nos astros, após atingirem a sua perfeição, depois de sucessivas reencarnações. Algumas crenças identificam os extra-terrenos com "espíritos desencarnados", dando, então, a eles, uma conotação religiosa. Nesta linha, muitos os evocam e buscam contatos com eles. 

Sabemos que a fé católica proíbe a evocação dos mortos. Basta conferir na Bíblia (Deut 18,9s; Lv 19,31; 20,6.9.27; 1 Cr 10, 12:14, etc) e no Catecismo da Igreja, que diz: 

"Todas as formas de adivinhação hão de ser rejeitadas: recurso a Satanás ou aos demônios, evocação dos mortos ou outras práticas que erroneamente se supõem "descobrir" o futuro. A consulta a horóscopos, a astrologia, a quiromancia, a interpretação de presságios e da sorte, os fenômenos da visão, o recurso a médiuns escondem uma vontade de poder sobre o tempo, sobre a história e finalmente sobre os homens, ao mesmo tempo que um desejo de ganhar para si os poderes ocultos" (nº 2116). 

E o Catecismo completa: 

"Essas práticas contradizem a honra e o respeito que, unidos ao amoroso temor, devemos exclusivamente a Deus" (idem). É a Palavra da Igreja! 

Ora, se os extra-terrenos, são vistos por alguma crença, como espíritos dos mortos que atingiram a "perfeição", e são agora desencarnados, a sua evocação e o contato com eles é proibida pela fé católica. 

A ciência séria, até hoje, não comprovou a existência de seres extra-terrenos. Há muitas pesquisas em andamento, mas até aqui nada há de real e comprovado pela ciência séria. Estudei durante três anos no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) em São José dos Campos, como aluno de doutorado em ciências aero´espaciais, e alí, nunca ouvi de um cientista desta área, a comprovação da existência desses seres. 

O Jornal Folha de São Paulo, no dia 14/11/95, publicou na página 1-14 (Caderno de Ciências) uma matéria sobre o assunto, retirada da revista New Cientist. 

Entre outras coisas a matéria diz o seguinte: 

"Muitos cientistas aceitam a visão de Frank Tipler, da Universidade Tulane (EUA), segundo a qual seres humanos são a primeira inteligência da Via Láctea. Para Tipler, sociedades mais avançadas que fizessem viagens interestrelares levariam cerca de 1 milhão de anos para colonizar a galáxia, se viajassem a velocidades menores que a da luz. Como a galáxia existe há cerca de 10 bilhões de anos e não há evidências aceitas por cientistas de ETs, não é difícil concluir que os seres humanos estão sozinhos na Via Láctea". 

Sabemos que para atravessar a Via Láctea são necessários 100 mil anos, viajando com a velocidade da luz (300.000km/s); e, para se chegar à galáxia mais próxima, Andrômeda, são necessários dois milhões de anos-luz. 

Assim, vai ficando claro para os cientistas que, para que os extraterrestres chegassem a nós, caso existissem, teriam que se mover com a velocidade da luz. Como isto é impossível, segundo a Teoria da Relatividade de Einstein, fica mais difícil acreditar em reais extra-terrenos, embora a questão ainda esteja aberta para os cientistas. 

Que se acautelem aqueles que gostam de fantasias!

Por que não sou protestante?

São sete as razões principais pelas quais não sou protestante: 

1. Somente a Bíblia... 

Os protestantes afirmam que seguem a Bíblia como norma de fé. Acontece, porém, que a Bíblia utilizada por todos os protestantes é uma só; em português, vem a ser a tradução de Ferreira de Almeida. Por que então não concordam entre si no tocante a pontos importantes (ver nº 2 adiante)? E por que não constituem uma só comunidade cristã, em vez de serem centenas e centenas de denominações separadas (e até hostis) entre si? 

A razão disto é que, além da Bíblia, seguem outra fonte de fé e disciplina... fonte esta que explica as divergências do Protestantismo. 

Tal fonte, chamamo-la Tradição oral; é esta que dá vida e atualidade à letra do texto. A tradição oral do Catolicismo começa com Cristo e os Apóstolos, ao passo que as tradições orais dos protestantes começam com Lutero (1517), Calvino (1541), Knox (1567), Wesley (1739), Joseph Smith (1830)... 

Entre Cristo e os Apóstolos, de um lado, e os fundadores humanos das denominações protestantes, do outro lado, não há como hesitar: só se pode optar pelos ensinamentos de Cristo e dos Apóstolos, deixando de lado os "profetas" posteriores. 

Notemos que o próprio texto da Bíblia recomenda a Tradição oral, ou seja, a Palavra de Deus que não foi consignada na Bíblia e que deve ser respeitada como norma de fé. Os autores sagrados não tiveram, em vista expor todos os ensinamentos de Jesus, como eles mesmos dizem: 

"Há ainda muitas outras coisas que Jesus fez. Se elas fossem escritas, uma por uma, penso que nem o mundo inteiro poderia conter os livros que se teriam de escrever" (Jo 21,25, cf. 1 Ts 2,15). 

"Muitos outros prodígios fez ainda Jesus na presença dos discípulos, os quais não estão escritos neste livro. Estes, porém, foram escritos para que acrediteis que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais a vida em seu nome" (Jo 20,30s). 

São Paulo, por sua vez, recomenda os ensinamentos que de viva voz nos foram transmitidos por Jesus e passam de geração a geração no seio da Igreja, sem estarem escritos na Bíblia: 

"Sei em quem acreditei.. Toma por norma as sãs palavras que ouviste de mim na fé e no amor do Cristo Jesus. Guarda o bom depósito com o auxílio do Espírito Santo que habita em nós" (2Tm 1, 12/14). 

Neste texto vê/se que o depósito é a doutrina que São Paulo fez ouvir a Timóteo, e que Paulo, por sua vez, recebeu de Cristo. Tal é a linha pela qual passa o depósito: 

Cristo /> Paulo /> Timóteo 

A linha continua... conforme 2Tm 2,2: 

"O que ouviste de mim em presença de muitas testemunhas, confia/o a homens fiéis, que sejam capazes de o ensinar ainda a outros". 

Temos então a seguinte sucessão de portadores e transmissores da Palavra: 

O Pai /> Cristo /> Paulo (Os Apóstolos) /> Timóteo (Os Discípulos imediatos dos Apóstolos) /> Os Fiéis /> Os outros Fiéis 

Desta forma a Escritura mesma atesta a existência de autênticas proposições de Cristo a ser transmitidas por via meramente oral de geração a geração, sem que os cristãos tenham o direito de as menosprezar ou retocar. A Igreja é a guardiã fiel dessa Palavra de Deus oral e escrita. 

Dirão: mas tudo o que é humano se deteriora e estraga. Por isto a Igreja deve ter deteriorado e deturpado a palavra de Deus; quem garante que esta ficou intacta através de vinte séculos na Igreja Católica? 

Quem o garante é o próprio Cristo, que prometeu sua assistência infalível a Pedro e as luzes do Espírito Santo a todos os seus Apóstolos ou à sua Igreja; ver Mt 16, 16-18; Lc 22,31s; Jo 21,15-17; Jo 14, 26; 16,13-15. 

Não teria sentido o sacrifício de Cristo na Cruz se a mensagem pregada por Jesus fosse entregue ao léu ou às opiniões subjetivas dos homens, sem garantia de fidelidade através dos séculos. Jesus não pode ter deixado de instituir o magistério da sua Igreja com garantia de inerrância. 

2. Contradições 

0 fato de que não seguem somente a Bíblia, explica as contradições do Protestantismo: 

Algumas denominações batizam crianças; outras não as batizam; 

Algumas observam o domingo; outras, o sábado; 

Algumas têm bispos; outras não os têm; 

Algumas têm hierarquia; outras entregam o governo da comunidade à própria congregação (congregacionalistas); 

Algumas fazem cálculos precisos para definir a data do fim do mundo - o que para elas é essencial. Outras não se preocupam com isto. 

Vê/se assim que a Mensagem Bíblica é relida e reinterpretada diversamente pelos diversos fundadores dos ramos protestantes, que desta maneira dão origem a tradições diferentes e decisivas. 

Ademais, todos os protestantes dizem que a Bíblia contém 39 livros do Antigo Testamento e 27 do Novo Testamento, baseando-se não na Bíblia mesma (que não define o seu catálogo), mas unicamente na Tradição oral dos judeus de Jâmnia reunidos em Sínodo no ano 100 d.C.; 

Todos os protestantes afirmam que tais livros são inspirados por Deus, baseando/se não na Bíblia (que não o diz), mas unicamente na Tradição oral. 

Onde está, pois, a coerência dos protestantes? 

Pelo seu modo de proceder, afirmam o que negam com os lábios; reconhecem que a Bíblia não basta como fonte de fé. É a Tradição oral que entrega e credencia a Bíblia. 

3. Afinal a Bíblia... Sim ou Não? 

Há passagens da Bíblia que os fundadores do Protestantismo no século XVI não aceitaram como tais; por isto são desviadas do seu destino original muito evidente: 

1. A Eucaristia... Jesus disse claramente: "Isto é o meu corpo" (Mt 26,26) e "Isto é o meu sangue" (Mt 26,28). 

Em Jo 6,51 Jesus também afirma: "O pão que eu darei, é a minha carne para o mundo". Aos judeus que zombavam, o Senhor tornou a afirmar: "Em verdade, em verdade vos digo: se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós. Quem come minha carne e bebe o meu sangue, tem a vida eterna eu o ressuscitarei no último dia. Pois a minha came é verdadeiramente uma comida e o meu sangue verdadeíramente uma bebida". 

Apesar disto, os protestantes não aceitam o sacramento do perdão e da reconciliação! (Jo 21,17). 

Se assim é, por que é que "os seguidores da Bíblia" não aceitam a real presença de Cristo no pão e no vinho consagrados? 

2. Jesus disse ao Apóstolo Pedro: "Tu és Pedro (Kepha) e sobre esta Pedra (Kepha) edificarei a minha Igreja" (Mt 16,18). 

Disse mais a Pedro: "Simão, Simão... eu roguei por ti, a fim de que tua fé não desfaleça. E tu, voltando-te, confirma teus irmãos" (Lc 22,31s). 

Ainda a Pedro: "Apascenta as minhas ovelhas" (Jo 21,15). 

Apesar de tão explícitas palavras de Jesus, os protestantes não reconhecem o primado de Pedro! Por que será? 

3. Jesus entregou aos Apóstolos a faculdade de perdoar ou não perdoar os pecados - o que supõe a confissão dos mesmos para que o ministro possa discernir e agir em nome de Jesus: 

"Recebei o Espiríto Santo. Àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; àqueles a quem não os perdoardes, não serão perdoados" (Jo 20,22s). 

4. Jesus disse que edificaria a sua Igreja ("a minha Igreja", Mt 16,18) sobre Pedro. As denominações protestantes são constituídas sobre Lutero, Calvino, Knox, Wesley... Antes desses fundadores, que são dos séculos XVI e seguintes, não existia o Luteranismo, o Calvinismo (presbiterianismo), o Metodismo, o Mormonismo, o Adventismo... Entre Cristo e estas denominações há um hiato... Somente a Igreja Católica remonta até Cristo. 

5. 0 Apóstolo São Paulo, referindo-se ao seu elevado entendimento da mensagem cristã, recomenda a vida una ou indivisa para homens e mulheres: 

"Dou um conselho como homem que, pela misericórdia do Senhor, é digno de confiança... 0 tempo se fez curto. Resta, pois, que aqueles que têm esposa, sejam como se não a tivessem; aqueles que choram, como se não chorassem; aqueles que se regozijam, como se não se regozijassem; aqueles que compram, como se não possuíssem; aqueles que usam deste mundo, como se não usassem plenamente. Pois passa a figura deste mundo. Eu quisera que estivésseis isentos de preocupações. Quem não tem esposa, cuida das coisas do Senhor e do modo de agradar ao Senhor. Quem tem esposa, cuida das coisas do mundo e do modo de agradar à esposa, e fica dividido. Da mesma forma a mulher não casada e a virgem cuidam das coisas do Senhor, a fim de serem santas de corpo e de espírito. Mas a mulher casada cuida das coisas do mundo; procura como agradar ao marido" (1Cor 7,25-34). 

Ora os protestantes nunca citam tal texto quando se referem ao celibato e à virgindade consagrada a Deus. É estranho, dado que eles querem em tudo seguir a Bíblia. 

4. Esfacelamento 

Jesus prometeu à sua Igreja que estaria com ela até o fim dos tempos (cf. Mt 28,20); prometeu também aos Apóstolos o dom do Espírito Santo para que aprofundassem a mensagem do Evangelho (cf. Jo 14,26; 16,13s). 

Não obstante, os protestantes se afastam da Igreja assim assistida por Cristo e pelo Espírito Santo para fundar novas "igrejas". São instituições meramente humanas, que se vão dividindo, subdividindo e esfacelando cada vez mais; empobrecem e pulverizam sempre mais a mensagem do Evangelho, reduzindo-a: 

Ora a sistema de curas (curandeirismo), milagre serviço ao homem (Casa da Bênção, Igreja Socorrista, Ciência Cristã...); 

Ora a um retorno ao Antigo Testamento, com empalidecimento do Novo; assim os ramos adventistas...; 

Ora a um prelúdio de nova "revelação", que já não é cristã. Tal é o caso dos Mórmons; tal é o caso das Testemunhas de Jeová, que negam a Divindade de Cristo, a SS. Trindade e toda a concepção cristã de história. 

5. Deterioração da Bíblia 

0 fato de só quererem seguir a Bíblia (que na realidade é inseparável de Tradição oral, que a berçou e a acompanha), tem como consequência o subjetivismo dos intérpretes protestantes. Alguns entram pelos caminhos do racionalismo e vêm a ser os mais ousados dilapidadores ou roedores das Escrituras (tal é o caso de Bultmann, Marxsen, Harnack, Reimarus, Baur...). Outros preferem adotar cegamente o sentido literal, sem o discernimento dos expressionismos próprios dos antigos semitas, o que distorce, de outro modo, a genuína mensagem bíblica. 

Isto acontece, porque faltam ao Protestantismo os critérios da Tradição ("o que sempre, em toda a parte e por todos os fiéis foi professado"), critérios estes que o magistério da Igreja, assistido pelo Espírito Santo, propõe aos fiéis e estudiosos, a fim de que não se desviem do reto entendimento do texto sagrado. 

6. Mal-Entendidos 

Quem lê um folheto protestante dirigido contra as práticas da Igreja Católica (veneração, não adoração das imagens, da Virgem Santíssima, celibato...), lamenta o baixo nível das argumentações: são imprecisas, vagas, ou mesmo tendenciosas; afirmam gratuitamente sem provar as suas acusações; não raro baseiam-se em premissas falsas, datas fictícias, anacronismos. 

As dificuldades assim levantadas pelos protestantes dissipam-se desde que se estudem com mais precisão a Bíblia e as antigas tradições do Cristianismo. Vê-se então que as expressões da fé e do culto da Igreja Católica não são senão o desabrochamento homogêneo das virtualidades do Evangelho; sob a ação do Espírito Santo, o grão de mostarda trazido por Cristo à terra tornou-se grande árvore, sem perder a sua identidade (cf. Mt 13,31 s); vida é desdobramento de potencialidades homogêneo. Seria falso querer fazer disso um argumento contra a autenticidade do Catolicismo. Está claro que houve e pode haver aberrações; estas, porém, não são padrão para se julgar a índole própria do Catolicismo. 

A dificuldade básica no diálogo entre católicos e protestantes está nos critérios da fé. Donde deve o cristão haurir as proposições da fé: da Bíblia só ou da Bíblia e da Tradição oral? 

Se alguém aceita a Bíblia dentro da Tradição oral, que lhe é anterior, a berçou e a acompanha, não tem problema para aceitar tudo que a Palavra de Deus ensina na Igreja Católica, à qual Cristo prometeu sua assistência infalível. 

Mas, se o cristão não aceita a Palavra de Deus na sua totalidade oral e escrita, ficando apenas com a escrita (Bíblia), já não tem critérios objetivos para interpretar a Bíblia; cada qual dá à Escritura o sentido que ele julga dever dar, e assim se vai diluindo e pervertendo cada vez mais a Mensagem Revelada. A letra como tal é morta; é a Palavra viva que dá o sentido adequado a um texto escrito. 

7. Menosprezo da Igreja 

Jesus fundou sua Igreja e a entregou a Pedro e seus sucessores. Sim, Ele disse ao Apóstolo: 

"Tu és Pedro e sobre essa pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do Inferno não prevalecerão contra ela. Eu te darei as chaves do Reino dos céus, e o que ligares na terra será ligado nos céus, e o que desligares na terra será desligado nos céus" (Mt 16,18s). 

Notemos: Jesus se refere à sua Igreja (Ele só tem uma Igreja) e Ele a entregou a Pedro... A Pedro e a seus sucessores, pois Pedro é o fundamento visível ("sobre essa pedra edificarei..."); ora, se o edifício deve ser para sempre inabalável, o fundamento há de ser para sempre duradouro; esse fundamento sólido não desapareceu com a morte de Pedro, mas se prolonga nos sucessores de Pedro, os Papas. 

Ora, Lutero e seus discípulos desprezaram a Igreja fundada por Jesus, e fundaram (como até hoje ainda fundam) suas "igrejas". Em consequência, cada "igreja" protestante é uma sociedade meramente humana, que já não tem a garantia da assistência infalívei de Jesus e do Espírito Santo, porque se separou do tronco original. 

A experiência mostra como essas "igrejas" se contradizem e ramificam em virtude de discórdias e interpretações bíblicas pessoais dos seus fundadores; predomina aí o "eu acho" dos homens ou de cada "profeta" de denominação protestante. 

Mas... as falhas humanas da Igreja não são empecilho para crer? 

Em resposta devemos dizer que o mistério básico do Cristianismo é o da Encarnação; Deus assumiu a natureza humana, deixou-se desfigurar por açoites, escarros e crucificação, mas desta maneira quis salvar os homens. Este mistério se prolonga na Igreja, que São Paulo chama "o Corpo de Cristo" (Cl 1,24; 1Cor 12,27). A Igreja é humana; por isto traz as marcas da fragilidade humana de seus filhos, mas é também divina; é o Cristo prolongado; por isto os erros dos homens da Igreja não conseguem destrui-la; são, antes, o sinal de que é Deus quem vive na Igreja e a sustenta. 

Numa palavra, o cristão há de dizer com São Paulo: "A Igreja é minha mãe" (cf. Gl 4,26). Ao que São Cipriano de Cartago (+258) fazia eco, dizendo: "Não pode ter Deus por Pai quem não tem a Igreja por Mãe" ("Sobre a Unidade de Igreja", cap. 4). 

Conclusão 

A grande razão pela qual o Protestantismo se torna inaceitável ao cristão que reflete, é o subjetivismo que o impregna visceralmente. A falta de referenciais objetivos e seguros, garantidos pelo próprio Espírito Santo (cf. Jo 14,26; 16,13s), é o principal ponto fraco ou o calcanhar de Aquiles do Protestantismo. Disto se segue a divisão do mesmo em centenas de denominações diversas, cada qual com suas doutrinas e práticas, às vezes contraditórias ou mesmo hostis entre si. 

0 Protestantismo assim se afasta cada vez mais da Bíblia e das raízes do Cristianismo (paradoxo!), levado pelo fervor subjetivo dos seus "profetas", que apresentam um curandeirismo barato (por vezes, caro!) ou um profetismo fantasioso ou ainda um retorno ao Antigo Testamento com menosprezo do Novo. 

Esta diluição do Protestantismo e a perda dos valores típicos do Cristianismo estão na lógica do principal fundador, Martinho Lutero, que apregoava o livre exame de Bíblia ou a leitura da Bíblia sob as luzes exclusivas da inspiração subjetiva de cada crente; cada qual tira das Escrituras "o que bem lhe parece ou lhe apraz"!

Tempo de prova, tempo de crescimento!



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Juliana Lemos
“O que faz a vida parecer tão freqüentemente sem sentido a uma pessoa?” Esta é uma pergunta que você já pode ter se feito durante algum tempo, ou que esteja se fazendo agora... O que para os pássaros é a muda – época em que trocam de plumagem, os tempos difíceis –, a depressão é para os seres humanos. Talvez tenhamos um conceito muito negativo desta que se tornou a doença do século XX. Por isso, gostaria de propor-lhes uma visão diferenciada, um outro modo de encarar o que para nós possa ser sinônimo apenas de fracasso. Acredito que muitos frutos podem ser colhidos nesse tempo; lembro-me agora de algumas frutas próprias do inverno e de como alegram os dias chuvosos e sombrios. Passada essa época, permanece a lembrança, não das chuvas e do frio, mas dos frutos da estação.
Tipos de depressão
Porém, antes de falarmos mais sobre este assunto, é imprescindível estabelecer a diferença entre a depressão de caráter endógeno e a depressão decorrente de lutas e angústias, que também podemos chamar de psico-espiritual. Esta definição é necessária, pois o nosso objetivo é tratar apenas desta.

As depressões endógenas, podem ser desencadeadas por um fator psicológico, mas são condicionadas bioquimicamente e até hereditariamente alicerçadas. Nesse caso, é preciso uma farmacoterapia adequada e acompanhamento médico. Pode acontecer, inclusive, que esse tipo de depressão não esteja vinculado a nenhuma crise pessoal ou estressor social. Por exemplo, uma pessoa depressiva que traz em sua história familiar a depressão em gerações anteriores, ou que apresenta um déficit de serotonina, quando está livre da crise, consegue dedicar-se ao seu sentido de vida. Mas existem também os casos em que os dois tipos de depressão vêm juntos.

Vejamos agora o que é a depressão psico-espiritual, que tem acometido tantas pessoas, independentemente de faixa etária, nível sócio-econômico, profissional e religioso. Segundo Victor Frankl, psicoterapeuta existencialista, essa depressão é causada por um vazio existencial, decorrente de uma falta de sentido de vida, podendo ser encontrado por trás de uma vida profissional excessiva, no refúgio de uma atividade desportiva, na fuga para o mundo dos romances ou televisão, nos fenômenos psicológicos de massa, no decaimento psicofísico dos aposentados, na necessidade de nunca se deixar descansar ou na febre de novas ações e novas experiências. Esse vazio não chega a ser uma enfermidade, salvo quando acompanhado por sintomas na dimensão psicofísica, mas provoca um quadro depressivo – apatia, desânimo generalizado, desinteresse por tudo ao redor, podendo causar inclusive o suicídio –; adição – desespero frente ao tempo, corre-se atrás de um relógio, sem nunca parar, com receio de enfrentar seu próprio vazio –; e agressividade – pode ser explícita, como a que vemos tomar as manchetes de jornais de todo o mundo, e implícita, presente nos relacionamentos, nas discussões no trânsito etc.).
Desejo de Deus
Pronto! agora que você já sabe do que se trata a depressão, podemos voltar a falar de um assunto mais interessante: do inverno e dos frutos, dos pássaros e suas plumagens... Você já havia pensado na depressão como algo assim? Olhando-a desta maneira, não nos parece tão terrível, não é mesmo?!

Muitos de nós consideramos a depressão um tempo sombrio, uma página vergonhosa de nossa história, uma doença que aleija a alma. Difícil considerá-la um tempo de crescimento, de maturidade, de transformação... Será por causa da pergunta que se faz? Aquela acerca do sentido da vida? Afinal, reconhecer-se confuso, admitir que o mundo não lhe satisfaz, que a felicidade é simples, que o trabalho não lhe preenche, não é lá muito fácil! É preferível não mexer nisso, vestir o luto e ver no que vai dar. Sim ou não?! Não! Vejamos o porquê: a depressão enquanto condição humana, se bem orientada, deve conduzir o ser humano à tomada de consciência da sua própria vida e do seu sentido último (nada de fugir de si mesmo!). Quando isso acontece, estamos falando de maturidade espiritual, uma vez que é reconhecida a necessidade de orientar-se para Alguém que o transcende – para quem fomos criados), para uma missão a realizar e/ou uma pessoa a conhecer e amar. Isso é próprio do ser humano, é uma lei inscrita em seu coração, não dá para negar esta verdade! Temos desejo de Deus!!!
Tempo de prova
Consideremos, então, a depressão uma prova que o Senhor nos envia. Não são todos os que o Senhor decide provar desta maneira, mas, permito-me dizer, que os escolhidos por Ele são dotados de muita coragem, pois a crise consiste em admitir que se está vazio e que é preciso encher-se; que se tem sede e precisa-se de água, e para isso é preciso romper com muitas coisas, como fez a samaritana. “Deus tem sede que tenhamos sede dele”, já dizia Santo Agostinho. Se conseguirmos entender a depressão desta forma, aceitaremos este meio que o Senhor escolheu para nos amar, e todo o vazio será ocupado por sua Presença que se encarregará de dar sentido à nossa vida. Mas, se buscamos um motivo fora de nós para tamanha tristeza e melancolia, muito pouco Deus poderá fazer por nós, uma vez que nos recusamos aceitar que temos sede dele.

Termino com uma citação de Santa Teresinha, intercedendo a Deus por você que passa hoje por esta dor. Não esqueça: Ele não nos prova acima de nossas forças!

“É preciso que Deus nos ame com um amor todo particular para provar-nos desta maneira. Não percamos a provação que o Senhor nos envia, ela é uma mina de ouro a ser explorada, será que vamos perder a ocasião?” Shalom!


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por
Comunidade Católica Shalom

É possível sair do satanismo e evitá-lo

Existem sinais que permitem suspeitar da entrada de um jovem em meios satânicos, mas desses círculos é possível sair; de qualquer forma, a responsabilidade dos pais de família é crucial. 

São alertas dados em uma monografia publicada pela revista «Família Cristã» (semanário do grupo editorial São Paulo, com mais de um milhão de exemplares), cujas páginas de 4 de fevereiro fazem um percurso pelos aspectos médicos e religiosos do fenômeno, contribuindo com mais testemunhos. 

Psiquiatra e presidente da Associação de Psicólogos e Psiquiatras Católicos, o professor Tonino Cantelmi reconhece no semanário: «Em uma investigação de algum tempo atrás, descobrimos que um de cada dez adolescentes na Itália corre o risco de cair no fenômeno do satanismo». 

Em sua opinião, «é uma porcentagem terrível», mas «ainda mais dramático é outro dado: uma porcentagem enorme de jovens entrevistados declarou que se Satanás lhes der poder e riqueza, não teriam dificuldades em aliar-se a ele». 

O especialista é co-autor (com a psicoterapeuta Cristina Cacace) de «O livro negro do satanismo» («Il libro nero del satanismo», Ed. São Paulo). 

Não hesita em advertir, em «Família Cristã», sobre a invasão de reclamações à cultura satânica no mundo inteiro, em livros, revistas, sites da Internet ou no cinema; por exemplo, é o caso dos desenhos animados que se remetem explicitamente à violência, à conquista do poder e ao domínio sobre os outros. 

Afirma: o satanismo «não é ausência de valores -- se fosse assim, nós o combateríamos com mais facilidade --, mas é um contra-valor, afirmação do valor moral do mal». 

Sintomas e soluções 

Fenômeno transversal e penetrante, o satanismo envolve a pessoa de qualquer estrato social, de famílias atéias ou religiosas, em cidades ou pequenas localidades. Daí a dificuldade em detectar, para os pais, se um filho está ligado a alguma seita ou grupo desse tipo, aponta «Família Cristã». 

O volume do professor Cantelmi traça alguns sintomas ante os que é preciso prestar atenção -- ainda que não significam necessariamente que um jovem esteja em contextos satânicos: depressão de improviso, mudanças repentinas de humor, agressividade, inquietude, tendência à rebelião hostil, incapacidade de concentrar-se, desinteresse pela escola, tendência à solidão, rejeição excessiva dos valores religiosos da família, atração pelo oculto, magia, rituais, simbolismos, conteúdos violentos e sanguinários. 

De qualquer forma, assegura que é possível sair das seitas satânicas: «Desejaríamos que as famílias e os educadores compreendessem que existe uma terapia especializada, levada a cabo por figuras específicas de psicoterapeutas, a chamada ‘exit strategy therapy’», aponta. 

Voz da Igreja: atenção ao eclipse da fé em Deus 

Desde a perspectiva eclesial, frente ao fenômeno do satanismo, o semanário recolhe várias alertas: não negar a existência de Satanás e sua ação, cujo terreno propício é o eclipse da fé em Deus; e recordar que quem reza e vive unido a Ele não tem nada a temer. 

O cardeal Severino Poletto, arcebispo de Turim, falou do tema com «Família Cristã», dado que há poucos meses nomeou quatro novos exorcistas -- simplesmente em substituição dos anteriores, porque este ministério «desgasta» -- e também porque assim contribui a destruir -- diz -- «a lenda urbana que quer ver Turim com um dos vértices do triângulo mágico-esotérico, junto a Lyon e Praga, ou, pior ainda, como a capital italiana das missas negras». 

Desde 1999, isto é, desde sua tomada de posse como arcebispo local, nunca teve de intervir em atos deste tipo nem se lhe assinalaram roubos de formas sagradas. 

Confirma: «Não tenho nenhuma dúvida quanto à existência de Satanás e sua ação no coração das pessoas para induzi-las ao mal». 

«A prudência que a Igreja prega e exerce com relação a isso não deve ser entendida como tácita negação do demônio, que a verdade revelada nos diz que existe», aponta. 

Mas «casos que são problemáticos, difíceis de discernir, não devem ser julgados imediatamente como exemplos de posse ou de humilhação diabólica -- adverte. Deve-se ir com cuidado». 

A quem pense que tem problemas com Satanás, o cardeal Poletto aconselha que se dirija antes de tudo a um sacerdote de sua confiança. 

«O primeiro discernimento pode ser perfeitamente realizado com o próprio pároco, tendo presente, como disse um teólogo, que na maioria dos casos se tem mais necessidade do confessor que de outra coisa. Será o sacerdote -- prossegue -- quem dirá se é oportuno dirigir-se a um psicólogo, a um psiquiatra ou ao exorcista.» 

Foi «Paulo VI, no discurso de 15 de novembro de 1972, em uma audiência geral de quarta-feira», que recordou «que quem não crê no demônio, situa-se fora da Igreja» --– explica o sacerdote à “Família Cristã”. Uma vez falei com João Paulo II sobre os bispos que não crêem no diabo. E ele me respondeu taxativamente: quem não crê no demônio, não crê no Evangelho». 

A presença palpável de Satanás se explica atualmente, para o Pe. Amorth, em que «caiu a fé e aumentou a superstição». 

«Seitas, ocultismo e cartomancia. Para o demônio, é um terreno fértil e vai direto a ele», adverte. 

Mas «se a pessoa reza e vive unida a Deus, não tem nada a temer», conclui. 

Fonte: Zenit

Somos da geração João Paulo II

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Toda uma geração foi influenciada pelo pensamento e vida de João Paulo II. Ainda quando era padre na Polônia e quando bispo de Carcóvia, seu grande encanto e dedicação eram os jovens, a quem ele chamaria, décadas depois, de “minha alegria e minha coroa”.
 Esse amor pelos jovens foi, por um lado seu maior legado à Comunidade Shalom e, por outro, o ponto de encontro entre ele e o jovem Moysés Azevedo Filho que, aos seus pés como aos pés da Igreja entregava a Cristo sua vida e juventude a serviço dos jovens. Dois amores à juventude que se encontram no mesmo momento de oferta durante a Eucaristia pela doação de vida por amor a Deus.
 Como sabemos, nenhum encontro aos pés do altar é um mero acaso. Estava selado, naquele 9 de julho de 1980, o que se concretizaria exatamente dois anos depois, numa despretensiosa lanchonete e só seria entendido dez anos mais tarde: Deus tinha um plano. Nosso passo fundante a nível espiritual havia sido dado com a entrega de vida para a evangelização dos jovens e todos os que se encontram longe de Deus. Para isso existimos, por Deus e por eles nos entregamos.
 Pouco a pouco, descobriríamos muito mais sobre o Papa que mudaria tantas vidas que formaria uma “geração”, a “geração João Paulo II”, ou, como a chamam alguns, geração dos “filhos de João Paulo II”. Descobriríamos e daríamos nossa mais profunda adesão à sua visão de homem, expressa em seu tempo de seminarista, de filósofo, de teólogo: “o homem é a via de Deus” e Deus, naturalmente, é a “via do homem”.
 Sua encíclica “Redemptor Hominis”, escrita sete anos antes da fundação de nossa comunidade, colocaria Jesus como inteiramente Deus e inteiramente homem na medida certa, na linguagem adequada e atraente ao homem do século XX, como pediu o Vaticano II.
 Em nossa espiritualidade e ação apostólica, o “homem, via de Deus e Deus via do homem” sempre foi profundamente marcante. Encontramos Deus em nossa própria humanidade frágil e a submetemos inteiramente a Ele, nossa Via, na adoração, contemplação, Lectio Divina. Cheios do Seu Espírito, vamos ao encontro do homem, via de Deus, na vida fraterna, no apostolado, nos jovens, nas famílias, nos pobres de todo tipo, no amor e defesa da vida em todas as suas fases. A esses homens alcançados por nosso apostolado, levamo-los a Deus, a única via do homem.
 Não por acaso, nossa espiritualidade tem seu centro em Jesus Ressuscitado que passou pela Cruz e comunicou a paz aos seus discípulos ao entrar no Cenáculo, ressuscitado, trazendo a marca de suas chagas em sua Santa Humanidade Ressuscitada. Sua boca humano-divina realmente disse “Shalom!”. Sua divindade realmente comunicou a Paz que é Ele mesmo. (cf. Jo 20,19)
 Da mesma forma, não poderíamos considerar “acaso” ou “coincidência” o fato de a ida para o céu e a beatificação de João Paulo II se darem exatamente quando a liturgia da Igreja proclama o “Evangelho de nossa vocação”: Jo 20), nem acaso é nossa saída permanente em busca dos Tomés de hoje. Esses fatos só confirmam que nós, com muito amor e orgulho somos, sim, andarilhos de Deus, apaixonados pelos jovens e por todos os homens, da geração de João Paulo II.


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por Emmir Nogueira, Co-Fundadora da Comunidade Shalom *
Comunidade Shalom

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Os Segredos de Fátima - íntegra


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Em 1917, Nossa Senhora apareceu em Fátima - Portugal para três pastorinhos - Lúcia, Francisco e Jacinta. A Virgem fez revelações que mais tarde ficaram conhecidas como o "Segredo de Fátima".
A 1ª e 2ª parte do Segredo foram escritas por Lúcia no ano de 1941 e conhecidas logo a seguir.
A 3ª parte do Segredo foi escrita em 1944 numa correspondência privada para ser aberta somente pelo Papa.
No dia 26 de Junho de 2000, a 3ª parte do Segredo foi finalmente publicada na íntegra pelo Vaticano.
1ª e 2ª parte do Segredo de Fátima, na íntegra.
Transcrição na íntegra das palavras de Lúcia de Jesus que contêm a revelação da primeira e segunda partes do segredo de Fátima:
"(...) o segredo consta de três coisas distintas, duas das quais vou revelar. A primeira foi pois a vista do inferno! Nossa Senhora mostrou-nos um grande mar de fogo que parecia estar debaixo da terra. Mergulhados nesse fogo os demônios e as almas, como se fossem brasas transparentes e negras , ou bronzeadas com forma humana, que flutuavam no incêndio levadas pelas chamas que delas mesmas saiam, juntamente com nuvens de fumo, caindo para todos os lados, semelhante ao cair das faúlhas em os grandes incêndios sem peso nem equilíbrio, entre gritos e gemidos de dor e desespero que horrorizava e fazia estremecer de pavor.
Os demônios distinguiam-se por formas horríveis e acrosas de animais espantosos e desconhecidos, mas transparentes e negros.
Esta vista foi um momento, e graças à nossa boa Mãe do Céu; que antes nos tinha prevenido com a promessa de nos levar para o Céu (na primeira aparição) se assim não fosse, creio que teríamos morrido de susto e pavor.
Em seguida, levantamos os olhos para Nossa Senhora que nos disse com bondade e tristeza: Vistes o inferno, para onde vão as almas dos pobres pecadores, para as salvar, Deus quer estabelecer no mundo a devoção a meu Imaculado Coração.
Se fizerem o que eu disser salvar-se-ão muitas almas e terão paz. A guerra vai acabar, mas se não deixarem de ofender a Deus, no reinado de Pio XI começará outra pior. Quando virdes uma noite, alumiada por uma luz desconhecida, sabei que é o grande sinal que Deus vos dá de que vai a punir o mundo dos seus crimes, por meio da guerra, da fome e de perseguições à Igreja e ao Santo Padre. Para a impedir virei pedir a consagração da Rússia a meu Imaculado Coração e a comunhão reparadora nos primeiros sábados. Se atenderem a meus pedidos, a Rússia se converterá e terão paz, se não, espalhará seus erros pelo mundo, promovendo guerras e perseguições à Igreja, os bons serão martirizados, o Santo Padre terá muito que sofrer, várias nações serão aniquiladas, por fim o meu Imaculado Coração triunfará. O Santo Padre consagrar-me-á a Rússia, que se converterá, e será concedido ao mundo algum tempo de paz".
3ª parte do Segredo de Fátima, na íntegra.
O conteúdo da terceira parte do Segredo de Fátima, revelado em 13 de Julho de 1917, em Fátima, em que a Ir. Lúcia dos Santos, a única das três videntes ainda viva, redigiu em 03 de Janeiro de 1944, é o seguinte:
"Escrevo, diz Ir. Lúcia, em ato de obediência a Vós meu Deus, que me mandais por meio de Sua Excelência Reverendíssima o Sr. Bispo de Leuria, e da Vossa e minha Santíssima Mãe. Depois das duas partes que já expus, vimos ao lado esquerdo de Nossa Senhora, um pouco mais alto, um anjo com uma espada de fogo na mão esquerda.
Ao cintilar despedia chamas que pareciam incendiar o mundo. Mas, apagavam-se com o contato do brilho que da mão direita expedia Nossa Senhora ao seu encontro. O anjo, apontando com a mão direita para a terra, com voz forte dizia: - Penitência, penitência, penitência.
E vimos numa luz imensa, que é Deus, algo semelhante a como se vêem as pessoas no espelho, quando lhe diante passa um bispo vestido de branco. Tivemos o pressentimento de que era o Santo Padre. Vimos vários outros bispos, sacerdotes, religiosos e religiosas subir uma escabrosa montanha, no cimo da qual estava uma grande cruz, de tronco tosco, como se fora de sobreiro como a casca. O Santo Padre, antes de chegar aí, atravessou uma grande cidade, meia em ruínas e meio trêmulo, com andar vacilante, acabrunhado de dor e pena. Ia orando pelas almas dos cadáveres que encontrava pelo caminho.
Chegando ao cimo do monte, prostrado, de joelhos, aos pés da cruz, foi morto por um grupo de soldados que lhe disparavam vários tiros e setas e assim mesmo foram morrendo uns após os outros, os bispos, os sacerdotes, religiosos, religiosas e várias pessoas seculares. Cavalheiros e senhoras de várias classes e posições. Sob os dois braços da cruz, estavam dois anjos. Cada um com um regador de cristal nas mãos recolhendo neles o sangue dos mártires e com eles irrigando as almas que se aproximavam de Deus.
Este portanto, o conteúdo escrito por Ir. Lúcia, no ano de 1944, do Terceiro Segredo de Fátima.
Comentário
Nossa Senhora em Fátima fez um diagnostico, mostrou os riscos e prescreveu os remédios. Ela ofereceu a humanidade meios para livrar-se de males ameaçadores representados nas visões dadas às 3 crianças. Na medida em que usamos o remédio o mal é vencido. Almas são salvas de cair no inferno e guerras destruidoras que atingem a Igreja são afastadas (adiadas). O mundo viveu por vários anos a chamada guerra fria em que o conflito com a Russia e todo o bloco soviético podia explodir a qualquer momento numa guerra nuclear. O remédio oferecido em Fátima, uma especial consagração ao Imaculado Coração, ficou por longo tempo sem o uso devido. Foi somente depois de ser salvo por milagre de um atentado em 13 de maio de 1981, aniversário das aparições, que João Paulo II se ocupou com as revelações de Fátima. Quando em 1984 nosso querido Papa, fez a consagração solene nos moldes prescritos por Nossa Senhora o remédio celestial começou a agir. Bastou cinco anos para o mundo assistir pasmo o desmantelamento do bloco soviético. Parte do tratamento prescrito cabia ao Papa e aos Bispos mas outra parte cabe a cada um de nós. Como temos feito a comunhão reparadora? Qual a visão pior: a da primeira parte ou a da última parte do segredo? A queda do muro de Berlim é um testemunho de como os remédios oferecidos pela Mãe são eficazes. Diante de tudo só posso pedir misericórdia pois tenho sido relaxado no uso destes remédios para o bem de tantos. Penitencia! Penitencia! Penitencia! dizia o anjo em 1917, que diria ele agora?

por Sergio Vellozo 


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por
Universo Católico